quinta-feira, 12 de junho de 2008

[IHM] - BASES NEURAIS DA MEMÓRIA HUMANA

A literatura especializada da psicologia experimental define pelo menos três tiposdiferentes de memória: a memória de informação sensorial (chamada MIV e MIA noMPIH), a memória de curta duração (chamada MCD ou MT no MPIH) e a memóriade longa duração (MLD).

Memória de Informação Sensorial: mantém uma “fotografia” do mundo como ele é recebido pelos nossos órgãos dos sentidos. Balançando a caneta em frente aos olhos pode-se ver a imagem do rastro atrás do objeto em movimento.

Memória de Curta Duração: a informação retida não é mais a imagem completa de eventos que acontecem ao nível sensorial, mas a interpretação imediata desses eventos. Por exemplo, quando uma sentença é falada, não nos lembramos dos sons que formam a sentença, mas das próprias palavras. A informação pode ser mantida indefinidamente na memória de curta duração, através de repetição e sua capacidade é limitada.

Memória de Longa Duração: não há limite prático para sua capacidade de armazenamento. Responda rapidamente: O que você comeu no jantar do último sábado? O cérebro tem aproximadamente 10 bilhões de neurônios capazes de armazenar informações.

A memória de longa duração é representada pela estrutura permanente dos circuitosneurais, que acontece através de um processo chamado consolidação. Existem duas teorias principais: a primeira explica o processo de consolidação como uma codificação química na estrutura de moléculas de proteína em cada sinapse. Outra teoria explica a consolidação através do crescimento de novas junções sinápticas. Independentemente das teorias (mudança química ou crescimento neural), o resultado é que o efeito acontece nas sinapses.

Mudanças estruturais e químicas devem ocorrer no cérebro, como resultado da aquisição de novo conhecimento. Descrição acurada e completa de como o sistema nervoso armazena informação não existe, ainda. Entretanto, é bem aceita a teoria de que as atividades correntes de pensamento, processos de consciência e memórias imediatas (armazenamento sensorial e MCD) são mediadas por atividades elétricas. O impulso elétrico carregado pelo neurônio viaja do corpo de uma célula para um outro corpo de célula, através do axônio. O local onde o axônio faz contato com o corpo da célula é chamado junção sináptica. Existem dois tipos dessas junções: as excitadoras e as inibitórias. As junções excitadoras tendem a fazer o novo neurônio “disparar”; isto é, responder com seu próprio impulso. As inibitórias tendem a prevenir (impedir) o disparo. No sistema nervoso, um grande número de impulsos chegando a conexões excitadoras pode ser requerido para fazer o corpo da célula“disparar” outro impulso.

Entradas estranhas ao loop como, por exemplo: ocorrência de novos eventos, fadiga química nos neurônios ou nas sinapses, eventos anormais (pancada na cabeça, choque elétrico, etc.). A memória de curta duração consiste na ativação elétrica de um loop neural específico. É elétrica em sua operação, portanto. E como ela é representada? Circuitos neurais específicos seriam construídos para memórias específicas. Atividade elétrica através desses circuitos representa uma ativação temporária deles.

É bem aceita a hipótese de que memórias não estão em posições específicas, mas estão espalhadas através do cérebro. O cérebro é constituído de dois hemisférios que se comunicam por um conjunto de fibras nervosas chamado corpus callosum. Cada órgão sensorial envia sua informação para ambas as metades do cérebro. Objetos à esquerda do ponto de fixação vão para a metade direita da retina e para a metade direita do cérebro. Analogamente acontece com os objetos à direita do ponto de fixação. Essa informação que chega nos dois hemisférios é coordenada para formar a percepção e memória correntes.

O conhecimento das limitações de nossa memória, especialmente de curta duração, tem levado alguns designers (embora poucos) a criar soluções inteligentes para interfaces. Muitas vezes, ao entrarmos em determinado sistema com nosso password, somos surpreendidos por uma mensagem que não o aceita. Repetimos a operação achando que a digitação rápida pode ter falhado. Recebendo uma segunda negativa, somos neuroticamente inclinados a pensar que o pessoal da administração do sistema alterou alguma coisa, sem avisar...

by Elin

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